ORÁCULOS

IKIN

kin é uma semente sagrada, e importante símbolo de Ifá, que conecta o ser humano com Orúnmilà-Ifá. De acordo com o Odù Ifá Iwori Meji, Orúnmilà substituiu-se com Ikin quando ele deixou a terra. No odù Okanran odi, diz que Orúnmilà não morreu, porque ele subiu em um pássaro gigante e voou direto para o céu. Há diferença entre as palmeiras, onde há dois tipos, a palmeira comum que produz o óleo de palma e a palmeira que produz o vinho de palma. Quando um sacerdote avistar uma árvore sagrada deste tipo, de nome Ope onikin, ele amarra um pano branco em seu tronco e oferece alguns ingredientes para que a mesma produza boa semente e perdure por muito tempo.

Aqui a nomeação aos Ikin Ifá:

– Oduso: Ikin com seis olhos que é considerado o Ikin Rei.

– Oloju marun: Ikin com cinco olhos.

– Awinrin: Ikin com quatro olhos. OBS: Muito utilizado para todos os iniciados em Ifá.

– Osa: Ikin com três olhos.

Ikin Ifá é muito utilizado para iniciações á Ifá no Itefá (pisar no Ifá) ou conhecido para outros como Itelodu (pisar em odú). Somente as pessoas que passam por este ritual podem manipulá-los, com o devido treinamento por seu Ojugbonon. Pessoas que passaram pelo IŞEFÁ não podem manipular ikin, que é uma das restrições dos mesmos. Ikin é considerado o mais antigo e o mais importante instrumento de Ifá. Ele consiste em dezesseis nozes de palmeira, conhecida como òpè – Ifá (palmeira de Ifá). Cada fruto possui quatro olhos, e o Yorubá acredita que este tipo de noz de palmeira é sagrado para Ifá e por isso não pode ser usada para fabricar o dendê (epó). Os ikin são guardados em uma tigela de louça ou madeira e fica em um lugar específico da casa, denominado Ilé – Ifá, raramente são retiradas deste local, exceto para serem lavadas ou para purificação, o que ocorre ocasionalmente tanto para limpeza quanto para potencializar seu aşé. Entretanto, quando o sacerdote falece , o ikin pode ser removido do seu local e transferido para um parente, a transferência sempre envolve cerimônias de purificação .

Os 16 Ikins Ifá são usados para o Babalawo Tefá, que é um oráculo de Ifá de grande importância no culto, pois ele decide grandes e importantes situações.

ÓPÈLÈ – IFÁ

ÓPÈLÈ – IFÁ

Outro sistema oracular muito importante de Ifá, é o Ópèlè que consiste em uma corrente que possui duas terminações na base, é feita tanto de metal quanto de barbante de algodão. Quatro meias nozes do fruto ópèlè são presas em cada metade da corrente, sendo lado direito e esquerdo. O sacerdote lança o ópèlè para o lado oposto de seu corpo, obtendo assim o odù correspondente para o consulente. Para compreender este sistema, o sacerdote tem de saber os itans – Ifá, ou seja, as estórias de Ifá que corresponde ao odù determinante, seus tabus, e sua encantação.

O ópèlè que é consultado pelo Oluwo(Pai do Segredo)/Babalawo, o qual, inspirado por Orúnmilá, guiado por Ifá, ajudado e vigiado por Eşú, pois mesmo com toda a sua sabedoria e poder ele fica às vezes restrito a atuação de Eşú, baseia-se no que está "registrado" na individualidade espiritual do consulente (Orí inu - alma) e aconselhando, instruindo, orientando, prescrevendo as oferendas, os ritos, os comportamentos sociais.

BÚZIOS

BÚZIOS

O Jogo de Búzios é um aprendizado de conhecimentos preciosos em que a memória exerce um papel muito importante, porque é na memória, que se vai guardar uma enorme série de (Itans) estórias, lendas e caídas que decifram, segundo a tradição Yorubá, a vida de uma pessoa.

Na Nigéria, o jogo de búzios recebe o nome de Merindilogún, ou seja, o “O JOGO DOS DEZESSEIS”. O processo do jogo de búzios consiste em lançar os búzios sobre uma toalha branca ou eni (esteira de palha). A posição em que os búzios caem é que dará as indicações necessárias solicitadas pelos consulentes.

Portanto, cabe aos Bábálòrìşàs e Ìyálòrìşàs interpretar as caídas e passar para os consulentes as mensagens do jogo.

O mensageiro do Merindilogún é Eşú. Na verdade, o jogo de búzios é o instrumento de maior consulta dos Bábálòrìşàs e Ìyálòrìşàs, pois é através dele que ele (a) irá dirigir diversas situações dentro do Ilé.

O Jogo de Búzios vêm através dos tempos ajudando e auxiliando aos Bábálòrìşàs e Ìyálòrìşàs em suas consultas e dúvidas referentes aos mais diversos significados, desde obrigações de Òríşá, cargos hierárquicos, e até mesmo em caráter pessoal e restrito, tanto para si, como para consulentes. O Jogo de Búzios é composto por dezesseis búzios, sendo todos eles abertos (cavidade côncava aberta na parte oposta a cavidade natural). Conforme o Bábálòrìşà e Ìyálòrìşàs manipulam os dezesseis búzios em suas mãos, são invocados: Orúnmilà, os Òríşá e principalmente Eşú, para sua proteção e suas respostas através de rezas especificas (orikis). Após esse ritual, são lançados os dezesseis búzios sobre uma toalha branca, ou sobre a eni (esteira de palha), onde se dará conforme a forma que caírem à interpretação do Bábálòrìşà e Ìyálòrìşàs. MÉRÌNDINLOGUN (O JOGO DOS 16 BÚZIOS) é a forma de consulta usada pelos Yorubanos e seus descendentes no novo mundo. Um oráculo mais simples, contudo, sem perder a ligação ou a relação com os Odùs e Orúnmilà. É um sistema de oráculo que tem por finalidade interpretar o destino dos seres e de tudo aquilo que os envolve.

A interpretação se dá pela configuração dos Odùs formados e, combinados entre si, configurações estas que são obtidas pela contagem dos búzios que caem com sua fenda natural virada para cima. A abertura que fazemos nas conchas, tem por finalidade facilitar a acomodação das mesmas sobre a superfície em que são lançadas e nunca poderão ser lidas.

Para os Yorubás não existe adivinhação, mas sim a consulta através do oráculo, o que exige muito conhecimento e estudo. Esse conhecimento está contido no corpo literário de Ifá, em seus itans (estórias). Orúnmilà é conhecedor do destino dos seres e de tudo aquilo que há sobre a terra.